Prêmio IAB "Soluções para Cidades" 2010









Caracterização da área

Localizada na Barra Funda, no centro de uma triangulação formada por centro universitário, equipamento cultural e estação, a praça – apesar de diminuta – possui grande importância, alcança outras ruas do entorno até o Parque Água Branca. É uma praça com diversos eventos temporais, caracterizando-se em um lugar dinâmico.
Entre o Parque e a Estação há uma viela que liga estes dois polos, sendo um resíduo urbano dentro da metrópole em constante transformação. É utilizada de forma intensa por pedestres e comerciantes ambulantes, que aproveitam o fluxo do primeiro para vender seus produtos. O local é demarcado por uma chaminé que é o registro físico do período fabril na região. Este vazio foi “invadido” pelos habitantes, para ser utilizado como acesso ao Parque ou à estação, tornando um território conquistado por eles na cidade, mesmo não sendo concebido para tal.
A somatória praça mais passagem transformou a região em algo familiar para seus usuários, usando-as como ponto de encontro, reunião de estudantes, vendedores, taxistas, moradores de rua e de trabalhadores saindo ou chegando da estação, caracterizando um local de misturas de diversas etnias, classes sociais e de usuários, ou seja, um arremedo da dinâmica da cidade.

Projeto – ampliação e remodelação da praça e da passagem

Ampliamos a praça com um desenho que reflete o fluxo de pessoas durante vários momentos do dia, além de buscar a memória do lugar, privilegiar vistas e que estimule a permanência no lugar. Seu desenho extrapola os limites dela e incorpora a passagem entre a Praça e o Parque da Água Branca, através da continuidade de pisos, mobiliários urbanos em comum e de desenho, transformando os dois fragmentos urbanos com forte ligação entre si em uma praça única, de aproximadamente 9.412 m².
As ruas que contornavam a praça e a separava da passagem agora fazem parte da mesma, priorizando o tráfego de pedestres em relação ao de veículos; somente a Rua Tanginguçu que é permitido à travessia de carros sobre a praça, tendo parte da via transformada em “traffic calming”. Próximo da entrada do Memorial da América Latina localiza-se o espelho d’água, cujo desenho faz uma alusão aos tempos em que a Barra Funda possuía diversos cursos d’água e que foram sendo encobertos ou aterrados com o avanço da cidade.


Concepção do mobiliário urbano

Acreditamos que o mobiliário urbano proposto também seja um modelo de cenografia pública ao ar livre, transformando a praça em um grande espaço cultural, dando identidade para ela. Por isso estamos utilizando o concreto translúcido nos bancos e nos postes que, junto com as lâmpadas LEDs instaladas dentro deles, transformam-se em pontos que atraem a atenção de quem passa pelo espaço, caracterizando como uma arte pública, sendo que as luzes desses equipamentos remetem a sensação de segurança, conforto e de legibilidade da área. O mobiliário será alocado de acordo com as funções: quiosques e bicicletários ficarão nas extremidades da praça, sendo que os bancos ficarão próximos das entradas da universidade e do Memorial, com o objetivo de serem locais de espera ou estar, enquanto que junto às árvores eles ganham a função de serem áreas de descanso. Os bicicletários e quiosques foram implantados de tal forma que não sejam obstáculos visuais em relação ao Memorial da América Latina.

Leo Shieh (orientação)
Arquimedes Costa (consultoria estrutural)